O Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) se constitui como um movimento de luta e reivindicação dos direitos da população em situação de rua. Gabriel Amado, psicólogo e apoiador do movimento, nos conta em entrevista sobre a importância do movimento, suas ações de luta e a relação dessa população com o uso de drogas.
Falando também sobre a população de rua e uso de drogas, o documentário “Consultório na Rua – a rua não é um mundo fora do nosso mundo”, realizado pelo Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS), apresenta e discute a experiência dos Consultórios na Rua, nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, em junho de 2013. O vídeo mostra também o caminho percorrido por cinco equipes em seus desafios diários para possibilitarem o acesso, criarem vínculo e superarem as dificuldades que o cuidado a essa população exige.

Como você vê a importância da organização do Movimento Nacional de População de Rua a partir da sua visão como psicólogo, que está dentro e fora do movimento?
Então, eu vejo como uma evolução política muito grande com relação à representatividade dessa população, para quem a gente está muito acostumado a fazer política, principalmente nós, profissionais, que acabamos tendo uma distância dessa vivência, dessa realidade. Então, essa organização, o protagonismo da população de rua, de eles mesmo estarem ocupando esses espaços de construção política, eu vejo como um enorme avanço da política. Dessa possibilidade de dialogar com quem realmente sofre a opressão. Existe um distanciamento nosso, institucional, com a população de rua e às vezes não permite essa aproximação. Só que hoje o protagonismo está tão forte que existe uma disposição da população de rua de estar discutindo quando o assunto são eles. Existe um lema que a população de rua segue muito, que é “nada sobre nós sem nós”. Então, eu vejo de suma importância essa organização de estarem lutando por serem reconhecidos como sujeitos de direito. Eu vejo que eles já pularam até uma etapa de visibilidade. Primeiro, de serem reconhecidos como seres humanos, e agora mais ainda: “somos sujeitos de direito”. Como assim a população de rua como sujeitos de direito? Então eles vêm pra dar um tapa na nossa cara, eles têm que ter saúde e educação como todos nós, no princípio da universalidade. Então, eles estão ali, sim, para fazer valer os direitos constitucionais. Eu vejo essa organização deles como superimportante, principalmente no viés da representatividade.

Como eles estão se organizando em nível nacional?
Existe um movimento nacional da população em situação de rua, uma articulação em que eles têm cadeiras centrais em políticas de conselhos nacionais, que existem por estados. Hoje, já existe uma grande discussão de uma autonomia por estado, porque existe uma centralização na organização nacional de população de rua, que tem o contato direto com a presidência, com as políticas mais do centro do país que são importantes. Hoje a gente fica muito preso a diretrizes que vêm mais do centro do país. Então, hoje já está sendo discutida uma autonomia dentro dos estados que não dependa muito dessa centralidade, mas que já há na maioria dos estados esse movimento. Claro que a maioria dos estados tem suas peculiaridades dentro do movimento, cada um tem o seu processo. A gente sabe que dentro dos estados há segmentos religiosos mais voltados ao campo assistencialista, mas, ainda assim, o processo que a população de rua, que o movimento está conquistando, é um processo de direito, é um processo de conquista daquilo que é pra ficar. Então eu vejo que cada estado tem a sua peculiaridade de organização, mas todos estão nessa evolução na luta por direitos. Eu vejo que existe essa relação muito forte com a organização nacional de população de rua, que é importante, só que hoje se luta mais pela autonomia dos estados.

Quais são as ações que o movimento de população de rua realizam atualmente?
A gente vem lutando dentro de vários setores, tanto da assistência quanto da segurança pública, da saúde. Vamos pegar o exemplo de Florianópolis. No início do ano, a Polícia Militar, que estava fazendo uma abordagem bem forte com a população de rua, numa violência… O que a gente fez? A gente convocou o coronel, o comandante da PM, para desenvolver esse processo de sensibilização, para perguntar o que estava acontecendo, e também falar da população de rua, colocando a população de rua como pauta dentro desses espaços. Foi quando conseguimos fazer uma reunião na Câmara de Vereadores de Florianópolis, junto com o coronel Araújo. Posterior a isso, não digo que melhorou, porque a própria PM, com a militarização da polícia, não consegue que ela afrouxe tanto, mas diminuíram um pouco as abordagens arbitrárias, mais agressivas por parte da PM. O que aconteceu foi que a Guarda Municipal meio que assumiu esse papel da repressão. Então, junto com a Defensoria Pública, estamos encaminhando uma série de documentos de denúncia da galera da rua, que está recebendo umas abordagens bem violentas por parte da ROMU, aquela Ronda Ostensiva, que é tipo um BOPE da Guarda Municipal. Estamos nos aproximando mais da Guarda, no intuito de fazer essas denúncias, porque está ocorrendo muita violência na rua.
Nos espaços da saúde, principalmente no campo da saúde mental, que é bem defasado em Florianópolis, tem o Consultório na Rua, que é defasado, a equipe é defasada. A própria equipe, às vezes, não gosta de trabalhar com população de rua. Então aquela abordagem fica pior ainda, na aproximação com a rua, o vínculo é primordial. No momento em que estão defasados esses espaços, abre campo para a lógica manicomial. Então, ao invés de acessar a rede comunitária, a rede que está perto da comunidade, acaba sendo utilizada a lógica de internação, que não tem resultado efetivo algum. Hoje, em Florianópolis, existe uma ação muito forte dos centros manicomiais, que são as comunidades terapêuticas. São os atuais manicômios que acabam não tendo uma conexão com a Rede. Isso acaba complicando, às vezes a gente deposita uma expectativa, mas as pessoas acabam não conseguindo fazer uma ideal vinculação num processo de recuperação autônoma. Hoje estamos lutando, estamos com várias reuniões, porque nós estamos com um projeto de fortalecimento dos dispositivos da saúde mental dos territórios, o próprio CAPES AD 24h, que está sendo prometido há mais de três anos em Florianópolis. Estamos fazendo pressão para saírem esses dispositivos. No momento que sair um CAPES AD 24h, já está comprovado que diminui drasticamente as internações. Então, a gente varia os tensionamentos, o papel do movimento é tensionar as políticas para fazer o básico. E o que é o básico? É fazer valer a constituição. O nosso papel é dar visibilidade para uma população tradicionalmente invisível na sociedade.

Como você vê o uso de drogas na população em situação de rua?
O uso de drogas da população de rua às vezes acaba sendo um pouco mais prejudicial, justamente pela droga ocupar um campo muito forte de prazer, devido à falta de outros prazeres. Quando a droga supre os espaços do Estado, da família, a pessoa acaba tendo uma relação mais prejudicial com a droga. A gente não vê em nenhum momento a droga como o problema; muito pelo contrário, às vezes ela é a única fonte de prazer na rua. Existe uma estigmatização muito grande da população em situação de rua em relação ao uso de drogas. Nesse viés do uso prejudicial, parece que todo mundo da rua acaba tendo uma roupagem de drogado. Até porque essa palavra, drogado, já é estigmatizadora. O uso de drogas existe, e ele fica mais precarizado, numa relação mais prejudicial, porque as relações de lazer e prazer são muito curtas, então tu não consegue gerar muita autonomia, porque você também não tem muita coisa pra te depender também. O próprio [Roberto] Tykanori, atual gestor da coordenação da saúde mental do Ministério da Saúde, tem uma frase que é muito importante nesse campo da saúde mental: “quanto mais dependente nós formos de muitas coisas, mais autônomos nós somos”. Essa dependência não é no campo da substância, é se relacionar com a cultura, com esporte, edução, moradia. É essa ampliação de dependência, de lazer, de prazer, que a gente se propõe para estar lutando com a população de rua, para que eles não fiquem necessitando de um prazer único com a droga, que lhes causa prejuízo. A população de rua vem de uma exclusão da família, da sociedade, e acaba enxergando na droga um campo muito forte de prazer que acaba gerando uma relação prejudicial. Assim todos nós, se a gente depender de uma coisa só para ganhar prazer, vai se tornar prejudicial também, pode ser a droga, pode ser a internet, enfim, pode ser qualquer coisa. A rua, por ter uma precarização, de exclusão, de não ter muitas opções de prazer, ela, sim, acaba tendo uma relação um pouco mais prejudicial com algumas drogas. Mas isso não ocorre com todo mundo. As pesquisas já estão mostrando que é uma parcela de 30 a 35%, no máximo, que é uma parcela muito igual ao resto da população, que tem uma relação de prejuízo com a droga. Só que, como existe uma estigmatização, um preconceito com a população de rua, acabam taxando todos como ladrões, como usuários prejudiciais, perigosos.

O movimento de população de rua faz alguma ação específica com relação ao uso de drogas?
Isso que estamos nos propondo agora. Estamos com um projeto para atuar dentro dos centros POP de redução de danos. A gente vem se preocupando com essa questão, no momento que a gente faz a reunião com a saúde, buscando o fortalecimento dessas ferramentas, desses dispositivos de saúde mental. É justamente isso que a gente quer, a gente quer estar sendo visto com outro olhar, com o olhar de cuidado. Hoje a gente anda com uma preocupação sim, porque os próprios espaços de internação, as fazendas terapêuticas, têm sido bem complicados, tem algumas fazendas que acabam escravizando as pessoas lá dentro, não dando autonomia, colocando à força que eles rezem; a cura fica muito atrelada àsalvação religiosa. A gente vem se preocupando com isso, e lutando pelo fortalecimento dos dispositivos de saúde mental públicos. Estamos atuando dessa maneira muito forte e nos colocando à disposição para construir, dentro dos dispositivos da assistência, um espaço para conversar sobre drogas, que é esse projeto que estamos para fazer nessa área de redução de danos que vamos apresentar agora para o município de São José – SC.

30 thoughts on “Entrevista com Gabriel Amado, apoiador do Movimento Nacional da População de Rua

  1. Gostaria se possível de ser informado sobre o inicio das próximas turmas que irão se iniciar , fiquei muito interessado em fazer pois em minha cidade trabalho com prevenção e redução de danos .
    desde já agradeço a atenção

  2. É na verdade é muito difícil dizer que essa é uma tarefa fácil pois Gabriel Amado pode até estar certo mais é um pouco contundente esta afirmação de organização conforme ele diz, muitas das vezes podemos lutar em grupo organizado mais é preciso estar bem afinado com a questão, pois o preconceito ainda é predominante, e até promove discriminação entre os próprios usuários, imagina se não houvesse uma didática de comportamento pessoal, de profissionais que age de forma mais humanística na compreensão da atividade e também o governo fazer a parte que lhe toca, isso também é muito importante, para que todos na eminencia do trabalho possa contribuir com os não voluntários e que trabalham no poder público.
    Esse é o meu ver.

  3. no meu entendimento o que esta faltando é o governo fazer a parte dele cumprir os direitos das pessoas e deixar a merce das politicagem, eu não consigo entender como podemos consentir pessoas que esta provado que roubou e estai na mídia dando rizada e produzindo manobras com a justiça, quantas casas construídas, daria para construir uma comunidade com todos os benefícios, escolas mercado farmácias áreas de lazer.

  4. Bom noite,
    Hoje foi abordado esse tema do racismo na minha escola, e me fizeram uma pergunta.
    O que é ter um negro na minha vida?
    Minha resposta foi simples….
    È maravilhoso ! Pois tanto um negro como um branco ,tem o poder de me fazer feliz, se for importante na minha vida, porque não é a cor da pele que importa e sim o valor de suas atitudes que vai definir o que essa pessoa vai ser na minha vida.

    Acredito ser uma grande obra da ação social acolher os moradores de rua para que possar salvar alguns da maldição de estar em risco constante ao perigo.

  5. A população em situação de risco infelizmente ainda sofrem por não ter onde morar e de certa forma sofre com a discriminação constante da população. hoje tive a oportunidade de visitar um CAPS e pude perceber o quanto a população de risco necessita de politicas publicas que os ampara.

  6. ë clara a descrinacion a forma que que trabalha a policia, sensibilizar a policia é um fator importantissimo para ganhar um espaco e ajudar a polpulacao de rua, a forma agresiva que aborda a policia so gera mas violencia e estaria bom compartir essa acoes que estao sendo realizada em Florianopolis, é estupido pensar que a droga esta so na populacao negra, mas vidente que esta discriminacao existe

  7. Bom dia, cursistas. Diante das reflexões e da prática diária de trabalho percebemos que a população de rua é cercada de estigmas, fazendo necessário informações e capacitação permanente aos profissionais que trabalham com a população de rua, pois muitos se sentem despreparados, com medo de passarem por situações de violência e com pouco recursos a oferecer uma vez que a droga torna-se o único prazer nas ruas. Faz-se necessário um investimento maior nas políticas públicas voltadas a redução de danos. Percebe-se na rede de saúde, sobretudo nos Postos de saúde, o despreparo dos profissionais em lidar com os moradores de rua, é muito importante trabalhar questões relacionadas a moral e a ética e formas alternativas de abordagem de forma a atender e divulgar os serviços para que alcance a população que mais necessita.

  8. Tenho informações do MNPRs través da nossa participação nas instâncias de controle social da assistência social e confesso que me surpreendi com a luta deles, pela organização e luta na garantia dos seus direitos. Sei como deve ser difícil ser ouvido por tantos que os acham à parte da sociedade totalmente descriminados, pelo uso drogas e sem direito a ter direitos. Tenho certeza dos grandes desafios a serem enfrentados em função de uma política efetiva de inclusão para essas pessoas moradoras de rua. Apresentar e buscar iniciativas e trabalhos cada vez mais consistentes que atendam verdadeiramente as suas necessidades seria um grande passo para afastá-los dessa condição de vulnerabilidade. Mas a grande questão que eu destaco é encontrar o perfil ideal de pessoas ideais que tenham principalmente a habilidade e humanização e sem pré julgamentos na abordagem inicial que ao meu ver é o primeiro passo fundamental no exercício de uma a prática efetiva.
    Maria Carlas parabéns pelo seu texto e depoimento.

    • Dia 04/12/2015 indo para uma conferência Estadual,fique decepcionada,quando estava passando no Município da serra no E.S quando vi debaixo de um muro que tinha uma proteção, havia centenas de usuário usando drogas e centenas perguntei pra uma amiga; cadê a política que estão fazendo aqui neste município? precisamos investi nas políticas nas esfera municipal Estadual e Federal para podermos mudar essa situação.

      • amiga, fazendo uma pequena interferência em tua fala, posso dizer que esta indignação não é só sua, realmente este é um cenário triste que vem se alastrando desgovernadamente por todos os lados,existe várias situações bem mais grave e umas mais que outras.No entanto percebo também que existe várias ofertas em politicas publicas que são os programas de governo e estão ai basta interesse de alguns representantes de governo que realmente queira somar como um bom cristão.No entanto o problema passa a ser maio quando o destino destas verbas ao serem solicitadas logo viabilizadas, mutas vezes são desviadas, ganham outros destinos deixando mais indignação a quem acompanha o sofrimento na distribuição de auxilio aos menos favorecidos e abandonados.

    • Realmente é muito facil entendermos o por que de tantas pessoas nas ruas ,devemos tudo isso a exclusão social onde quem tem sempre continuara tendo e quem não tem continua sem ter muitas coisas básicas para sua sobrevivençia ,é importante resaltar que tem muitas pessoas nas ruas que não tem precisão de estarem fazendo parte desse grupo ,sem esquecermos que muitos aproveitam a oportunidade para se envolverem com drogas ,algumas para fugirem das pessimas condições em que se encontram outras vêm as drogas como um meio de sobrevivencia quando mesmo morando nas ruas entram para o mundo do trafico pois é a maneira mais facil de ganhar dinheiro ,não dando assim importancia para a saúde pois 90%da população de rua são dependente de drogas ou de outras substâncias .Para muitos fica a interrogação (porque tantas pessoas nas ruas e tão poucas ações dos governos já que temos um pais tão rico? Resposta dificil pois nem sempre os usuarios das ruas querem mudanças para suas vidas pois já adotaram como um estilo de vida mesmo ,que muitos de nós vejamos como falta de oportunidade.A realidade é que muitos estão morando nas ruas porque querem,outros estão por falta de oportunidades por uma vida mais justa e digna .

  9. Realmente Maria Carla é muito triste saber e conhecer a verdadeira história desses moradores de ruas e como a população reage com essa realidade que muita vezes ignoramos em conhecer essa realidade e situação tão alarmante dessas pessoas e o que levaram a viver nessa situação. Fico feliz por saber que existem pessoas como você , mostrando que são pessoas com situações que podem ser ajustada e ré- inseridas em suas família, trabalho,estudo e sua vida social.

  10. Quando estou em campo, já sei que ali temos não só um problema, mas diversos problemas. Neste momento me faço presente na vida daquele individuo, olhando-o e ouvindo-o completamente. Meus problemas ficam mim mesmo, o que coloco explicitamente naquele momento é a necessidade do individuo, a prática que tenho a oferece-lo e o meu compromisso para com aquela pessoa. Também sinto falta do acompanhamento da família destas pessoas, a mudança no olhar do grupo familiar se faz necessário e é muito importante para que este individuo possa estar de volta aos laços da família.

  11. O uso de drogas e o racismo tem uma relação muito próxima e perigosa, pois a descriminação racial fica muito mais forte em se tratando de um morador de rua e negro. Esse preconceito torna-se muito mais nocivo e prejudicial tanto nas ações reparadoras bem como nas politicas públicas. Pois muitas das pessoas que trabalham no meio não estão preparadas para executar uma ação humana e com os pretos, pobres e ainda drogados e muitas vezes nem chegam aos motivos que levaram o individuo a entrar no mundo das drogas.

  12. Se faz necessário afirmar que o surgimento da população em situação de rua é um dos reflexos da exclusão social, que a cada dia atinge e prejudica uma quantidade maior de pessoas que não se enquadram no atual modelo econômico, o qual exige do trabalhador uma qualificação profissional, embora essa seja inacessível à maioria da população.
    É inegável que a cada ano mais indivíduos utilizam as ruas como moradia, fato desencadeado em decorrência de vários fatores: ausência de vínculos familiares, desemprego, violência, perda da autoestima, alcoolismo, uso de drogas, doença mental, entre outros fatores.
    Por outro lado afirmar que o surgimento da população em situação de rua é um dos reflexos da exclusão social, que a cada dia atinge e prejudica uma quantidade maior de pessoas que não se enquadram no atual modelo econômico, o qual exige do trabalhador uma qualificação profissional, embora esta seja inacessível à maioria da população.
    É inegável que a cada ano mais indivíduos utilizam as ruas como moradia, fato desencadeado em decorrência de vários fatores: ausência de vínculos familiares, desemprego, violência, perda da autoestima, alcoolismo, uso de drogas, doença mental, entre outros fatores.
    Para que este fortalecimento e as práticas alternativas que visam à mudança do trabalho institucional com os menores, cavamos brechas para justamente influenciar uma nova postura de trabalho. Às vezes, é uma posição de confronto que se torna inevitável nesta nossa proposta. Por exemplo, pode tornar-se difícil dialogar com a FEBEM e esta dificuldade não é a de falar com o presidente da entidade, mas porque a prática da instituição em si mesma já é uma violência, com contenção e repressão, e nada mais.
    Pra isso vale afirmar que o Movimento não pretende somente formar ou rever as práticas de atuação, mas também reunir os diferentes técnicos, educadores, diretores, funcionários entre outros, para discutir em conjunto suas práticas e se organizarem para interferir na política nacional. Para tanto promovemos, nas sedes regionais, vários encontros e eventos, nos quais a participação não se dá em nome da instituição e nem de compromissos político-partidários, mas em nome pessoal de cada participante. Isso dá uma riqueza maior ao Movimento se todos estão comprometidos com os menores numa luta em conjunto. Também são promovidos encontros nacionais em que um dos temas discutidos é a nossa identidade enquanto Movimento. Esta torna-se mais clara na medida em que vamos caminhando. Ainda é muito difícil ter essa identidade a nível nacional, mas esses encontros são importantes para ir dando feição ao Movimento. o as Representações Sociais do uso das drogas. Contudo, pesquisamos tais representações quando compartilhadas em um grupo muito específico de pessoas, entre aqueles seres humanos que vivenciam no seu cotidiano a experiência de conviver com usuários de drogas, marcados pela proximidade dos laços afetivos que perpassam a intimidade do contexto familiar.
    É necessário que acha um compartimento do pressuposto de que o campo afetivo determinado pela família implicaria em uma representação específica destas pessoas em relação ao fenômeno das drogas, temos como objetivo analisar e descrever como estes participantes, na sua busca por explicações, soluções e apoio, no meio das suas angústias, sofrimentos, questionamentos, ao encontrar o saber da ciência através dos seus representantes . das instituições especializadas, transformam esse encontro em uma fonte de novas representações. A relação entre indivíduo, sociedade e o fenômeno das drogas têm perpassado toda a existência da humanidade.
    É normal o achegamento com palavrões aos oradores de rua é caracterizado caracteriza “população de rua” como o conjunto de pessoas excluídas do mercado formal de trabalho e destituídas de um local fixo de residência. No entanto, ninguém se aproxima para oferecer ajuda, para conversar com eles, as vezes uma boa conversas salva vidas, Em linhas gerais, entende que a mudança para as ruas não necessariamente ocorre de forma abrupta, mas na maioria dos casos, ocorre de forma gradativa após a ruptura com as instituições familiares e de trabalho, concordo em parte, mas conheço pessoas que tem tudo no tronco mãe, mas acha por bem sair por aí pedindo, assaltando não quer saber nada do seio familiar, do TRONCO MÃE, ONDE TEM TODO ACONCHEGO . Uma vez na rua surge o problema das mas companhia que é onde ele se sente bem, o rótulo de vagabundo, marginal e de um sujeito perigoso para a sociedade, o que em um segundo momento ensejará no próprio indivíduo deslocado um sentimento de “internalização” da sensação de exclusão, capaz de gerar em seu subconsciente um sentimento de culpa pelo fracasso, perda da vontade de sobreviver ou efetuar até mesmo as tarefas mínimas necessárias à sobrevivência digna.
    O assunto drogas é muito amplo e cada dia surge uma nova droga que sempre achamos uma pior que a outra, é como se eles usuários quisesse se matar, por que não sei se é verdade ou não, mas dizem que eles usam cal, veneno de matar rato e muito mais quando vc faz uma pesquisa em diversas janelas aberta na net, acredito que fico apavorada, dizem que eles aplicam tudo nas veias, meu Deus que horror. Obs. recorri a net. Para fazer este relato..
    Finalizo meu relato passo a informar que tenho um filho usuário desde os seus quatorze anos, hj ele tem 34 anos, já esteve internado em uma Comunidade Terapêutica por um ano e dois meses, ganhou a confiança do administrador da Entidade que o contratou como Motorista por ele dirigir muito bem e sua Carteira de Habilitação é AD, mas ele teve uma recaída e passamos por todos tipos de exclusão, mas há uns seis meses ele está dando entender que deixou, por sinal está com outro aspectos, forte, corado e muito sadio Graças a Deus.

  13. Discordo do Daniel quando ele afirma que o movimento MNPR esta organizado e estão lutando por direitos para serem reconhecidos como sujeito, infelizmente as drogas estão tirando essa identidade que as pessoas em situação de rua, estão querendo passar, é muito difícil para a sociedade separar o desassistido socialmente, o mendigo, pedinte e apenas usuário de drogas do criminoso que na fissura por conseguir satisfazer seu vicio, age com violência, agride furta ou rouba, digo que, infelizmente é mais fácil rotular, também de alguma maneira, os agentes de segurança, policia militar, policia judiciária ou Guarda Civil, também agem com preconceito quando são acionados para intervir em abordagens, na prática visualizamos que, os agentes das instituições tipo, FASC, Fundação de Assistência Social e Cidadania, por exemplo, apenas com bastante insistência conseguem sucesso em retirar o indivíduo da rua, levá-lo para um albergue onde após o banho, a alimentação, este possa dormir em um lugar limpo e longe dos riscos de quem pernoita a céu aberto, os óbices são, geralmente, resistência em tomar banho, não poder ingerir bebidas alcoólicas ou utilizar qualquer tipo de drogas, além de passar por revista pessoal onde armas ou objetos perfuro cortantes não podem permanecer com o albergado, imaginem só a predisposição para as possibilidades de ser encaminhados para um curso profissionalizante, retirar documentos, ir ao médico, fazer um tratamento, etc.

  14. A população de rua usuária de drogas ao meu ver é uma população com maiores dificuldades de deixar as droga pois, é uma população livre sem nenhum compromisso com trabalho, família, e a sociedade, nem horário ou seja nenhum compromisso,
    ate banho deixa de tomar, não lava roupa não tem disciplina, quando chega em uma comunidade terapêutica tem muita dificuldade em cumprir regras,e abandona o serviço volta pra rua e continua usando drogas. Atender a população de rua usuária de drogas é um grande desafio, talvez o maior entre os usuários.

    • concordo os politicos só pesção entirar dos pobres o poquinho que tem, não emchergam os mendingos , e os drogados que vivem nas ruas encituação pecarias , isso é muito abrangente não fazem nada para poder ajudar á diminuir essa cituação pecaria.

  15. Eu sempre estou trabalhando com meus alunos a questão de discriminação racial em todos os aspectos, mas vejo o racismo como uma falta de respeito e consideração, quando uma pessoa afro-descendente usa dorgas e precisa de apoio e sente uma discriminção deixa a pessoa vulneráveis.

  16. Infelizmente a história nos mostra que a proibição e a guerra contra as drogas não teve os resultados esperados e mais recentemente, alguns países, como Uruguai, por exemplo, passaram a adotar outros caminhos para lidar com as situações de uso de drogas. Essas tentativas vêm apresentando sinais positivos de que a resolução do problema não passa pela proibição. Essa iniciativa ou tentativa nos mostrar que a solução não é declarar guerra às drogas, o alvo pode ser outro, como o combate as desigualdades sociais e o preconceito racial. Pois estudos mostram que a proibição e as medidas de combate adotadas no Brasil não atingem as metas estabelecidas além de reforçar o preconceito a população negra ou parda.

  17. Realmente o uso de drogas pela população de rua é um problema muito grave e que deve ser visto como problema de saúde, mas não só como uma questão de saúde . Concordo com a afirmação de que a droga acaba sendo as vezes a unica fonte de prazer para as pessoas que vivem nas ruas, mas em muitos casos fica evidente que foi uma escolha que nem sempre esta vinculada vida difícil. Sempre que posso ouço o especialista em drogas Dr Antonio Neri que afirma ser a droga uma fuga da realidade.Tenho visto com frequência os motivos e as consequências deste mal e que deve realmente ser visto com outro olhar afim de se construir um espaço para conversar sobre drogas.

  18. Sim na minha opinião existe relações entre o racismo e o uso de drogas, porque, porque a discriminação social é muito grande no nosso país, as políticas de combate as drogas andam a passos de tartaruga, faz de conta que eu vejo mas também faz de conta que não vejo nada.
    O que se espera de um país sem comando aonde quem são os mandatários são mandrake , fazem sumir dinheiro, e ninguem sabe de nada e ninguem viu.
    Parabéns se conseguirem pelo menos amenizar essa situação caótica sobre as drogas, é isso ai lutar pelo dispositivo da saúde mental públicos talvez seja um caminho, lhe desejo muita sorte nesta luta, que Deus lhe acompanhe nesta batalha.

    • Geralmente é relacionado os usuários de drogas aos guetos, ou seja, segregados, não é que isso seja verdade, na realidade em todos os níveis, classes, etnias e lugares existem usuários de drogas, de forma que eles não estão separados em
      um só lugar para usar drogas.

Comments are closed.